segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O que você acha das máquinas?



Elas contam o tempo para você, guardam seu dinheiro, fazem seu café, lavam sua roupa, armazenam suas fotografias, te proporcionam entretenimento, verificam e mantém a sua saúde, levam você até o trabalho e executam infinitas outras coisas das quais você nem se dá conta no dia-a-dia.
  
Já parou para pensar no quanto temos confiado nossas vidas a criaturas que não possuem nada em comum com nossa espécie? As chamo criaturas e as classifico como uma espécie, pois foram criadas por alguém e habitam entre nós. Elas se alimentam, possuem tarefas e muitas são até mais úteis do que eu. A evolução da tecnologia já chegou num ponto em que ninguém mais consegue ter noção de que tipos de máquinas e recursos existem por aí, nem que tipo de tarefas uma máquina já é capaz de executar... Outro dia vi uma que é capaz de compreender as expressões humanas. Para que será que irão utilizá-la? Máquinas que te arrancam gargalhadas, frívolas e outras que podem executar exames e cirurgias. E cada máquina aceita e executa sua tarefa sem cansar, reclamar ou se revoltar. São trabalhadoras sérias ao contrário dos humanos.

Nossos amigos agora não são mais encontrados pessoalmente e recebidos com um grande abraço. Hoje, podemos encontrá-los em rede através das máquinas. Se eu desejo observar um lindo pôr-do-sol, basta uma busca, escolho a imagem de pôr-do-sol que eu quiser e lanço na minha tela de alta resolução. Não tenho a brisa, não sinto a temperatura caindo conforme o sol vai saindo de cena, mas tudo bem. Me deixo representar e busco representações pelas máquinas.

Fico pensando então o quanto de vida eu perco entre elas e não consigo concluir se perco ou se ganho. Se não fossem as máquinas, eu jamais conheceria certos autores e artistas, certos lugares... Mas não sei medir até aonde isso é bom. Equilíbrio deve ser a medida, mas ainda não a encontrei neste caso, pois na hora em que acordo já lido com as máquinas e na hora que vou deitar outras estão lá velando meu sono. Começo a acreditar que já não somos a espécie dominante no planeta.