segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O Despertar da Intuição



Sem saber quem era, ela largou as rédeas e simplesmente se deixou levar por uns instantes; se reconheceu ali, ficou íntima de si.
Quando tomou as rédeas de novo sentiu-se presa na trama das tomadas de decisão.
Foi nesse momento então, que ela percebeu que a decisão primária estava ali: conduzir ou não?

Preenchida pela sensação de estar aprisionada, fez a escolha maior: soltou as rédeas.
Sentiu-se livre mais uma vez e decidiu que jamais pegaria as rédeas novamente e mesmo sabendo que elas estariam lá, confiou na sua própria natureza para ser guiada dali em diante.

Sua jornada foi incrível!

Fernanda S. G. Lopes

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Uma carta sobre o futuro

Vejam só o declínio da nossa civilização.


Nossos antepassados foram evoluindo, inventando e aperfeiçoando equipamentos e recursos. No século passado tivemos um grande boom no progresso e na tecnologia, derrubando barreiras físicas e hoje, no século XXI usufruímos de todo conforto e automação proporcionados por décadas de trabalho e esforço continuados.

Todo esse avanço trouxe consigo um problema que chamo de retrocesso social. Analiso a década de 90, quando todos conviviam de maneira pacífica e de forma geral preconceitos eram descartados. Me lembro que pouco se falava de racismo e sexismo. Homofobia e bullying eram palavras inexistentes.

Girl power, black power, gay power: tudo isso existia numa boa nos anos 90. Bandas só de garotas, artistas negros e boy bands dividiam a cena sem que nenhum roubasse a estrela do outro. Quando algum integrante de boy band saia do armário deixava algumas fãs apaixonadas desiludidas, mas não perdiam espaço e nem popularidade por causa disso. 

Na década de 90 todos tinham amigos de todos os tipos, a multiplicidade era o que fazia de um grupo de amigos um time completo e divertido. Religiões conviviam em harmonia e a tecnologia disponível deixava a vida mais prática, mas sem tirar a humanidade das pessoas.

Toda essa automação, todos esses recursos aos quais temos acesso no mundo contemporâneo vem nos esfriando como seres humanos. O consumo descontrolado nos transformou em robôs desprovidos de sentimentos. Somos mais apegados à posses materiais do que a outros seres vivos.

E quanto mais você produz, mais você consome e mais você pode ostentar. A geração da ostentação tem por objetivo aparentar algo que lhe é induzido pelo sistema. A tentativa é preencher o vazio com bens de consumo sem se importar com o quanto tenha que abrir mão dos valores éticos em favor dos valores monetários.




Quando uma civilização chega a este ponto de egoísmo (veja na história da ascensão e queda dos romanos), é o momento em que ela começa a decair.

É o que acredito estar acontecendo: na década de 90 estávamos no cume. Longe de ser uma civilização perfeita, foi o máximo alcançado por nós. Agora estamos indo ladeira abaixo, rumo ao nosso fim, cada um por si, nessa corrida louca com destino à satisfação pessoal que dará lugar a uma nova civilização, creio eu, melhorada.

Enquanto uma maioria expressiva cede a esses impulsos consumistas e individualistas, me agarro ao direito de não ir simplesmente 'escorrendo' morro abaixo.

Me reservo em meu casulo onde permaneço me nutrindo de valores que considero corretos e onde o amor e a paz de espírito são os maiores bens que um ser humano pode possuir. Sei que há outros como eu e não me sinto solitária. Somos crianças azuis assistindo ao desfecho e aguardando raiar no horizonte o Sol dessa nova era da qual participaremos e nos sentiremos integrados. Nem piores, nem melhores que ninguém; apenas pertencentes a outro contexto.