segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Não deixe o TER substituir o SER

O que eu sou vale muito mais do que aquilo que possuo.
Venho percebendo nas bancas de jornais, na tevê e nos assuntos das conversas em geral uma preocupação muito grande em aparentar e ostentar. Cuidar da própria vida deu lugar à preocupação em consumir e aparentar.

A ostentação passa a ter uma importância irrascível, as pessoas se tornam incapazes de descobrir o que querem de fato para si. Vemos  academias lotadas, agendas das esteticistas e cirurgiões plásticos não têm mais espaço e a busca pela beleza e ostentação é eterna e incansável. A auto-anulação da personalidade não parece sacrifício para essas pessoas.

Dirigir um carro maravilhoso, ter lindos peitos siliconados, o roteiro turístico da moda e garantir o “botox nosso de cada dia” é o que há de mais sagrado, não importam os meios para conseguir. A competitividade sem escrúpulos é praticada em muitas empresas. Ganância passa a ser virtude e inveja é impulso para o “progresso”.

Este modelo de felicidade capitalista é enganador, impossível e inatingível. Ninguém nunca terá tudo o que esse mundo ilusório dita. A beleza nas capas de revista é fabricada e os sorrisos nos anúncios são comprados. Pessoas passam por cima de amigos, deixam de lado a família, pisoteiam tudo aquilo que poderia trazer sentido à vida em troca de ilusões. Escolhem “coisas” e “cargos” ao invés de tudo o que realmente poderia preencher com vida, amor e plenitude.

Um belo dia, quando os tratamentos estéticos pararem de fazer efeito, e quando o peso do tempo perdido bater à porta dessas pessoas elas perceberão que não possuem nada além de coisas. Vão olhar para o lado e ver que de nada valeu tanto investimento, nem as horas de sono perdidas e perceberão que todas as ideologias foram frustradas. A máscara dessa felicidade descartável cai no chão e o que resta é solidão e terapia.

Por isso, acumule amigos verdadeiros ao invés de dinheiro; colecione bons momentos, no lugar de eletrônicos; agende horários para passear com seu cachorro no lugar de implorar uma brecha na agenda da esteticista (seu cachorro sempre terá tempo para você). Passe tempo com sua família, dedique-se à pessoa amada, durma bem e se for viajar escolha um roteiro que seja a sua cara.

Saboreie a macarronada simples, agradeça a água quente do seu banho, contemple o sagrado que existe em cada momento e o principal: procure fazer algo de bom para alguém! Faça algo tão bom para lembrarem de você por quem VOCÊ É e não pelo que você POSSUI.

4 comentários:

  1. Ótimo texto!!!! Sou completamente fã da forma como vc expressa suas ideias.... é única! Parabéns!!! :)

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  2. Não poderia ser mais adequado o tema do blog, nessa etapa atual do homem,onde seu maior inimigo faz morada junto ao vazia de seu ser...
    Adorei a dissertação subjetiva ;D é uma pena que poucos dão ibope para verdades que são dedos nas feridas alheias. Arrebento prima, vou ficar de olho no seu blog, mantenha essa ideologia firme mesmo quando caminhas contra o fluxo ;D

    ‎"O apego às coisas materiais é um sinal notório de inferioridade, porque quanto mais o homem se prende aos bens do mundo, menos compreende sua destinação." Tio Kardec

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