quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O que é essencial afinal?





Ter o novo smart phone, colecionar diplomas e viagens, trocar de carro todo ano, ter um empregão, conquistar muitos bens de consumo, ter o rosto lisinho, a bunda durinha, ter classe?
Não. Deve ser algo mais profundo como: ter cultura, expressar sua opinião, casar, ter filhos, educá-los na escola mais cara, deixar uma 'semente para o futuro'?

Inventar problemas que nem fazem parte da essência humana, inventar necessidades que não fazem sentido... É só o que vejo.

Todas essas exigências da vida moderna não passam de padrões criados com a mesma finalidade: manipulação!

'O essencial é invisível aos olhos', diria Saint-Exupéry no livro que hoje é citado por pessoas que tiram fotos com pau-de-selfie (coisa que nunca imaginei que seria necessária a um ser humano).
E sim. O essencial é o que se carrega na alma. O essencial é aquilo que ninguém pode tomar de você: o amor que você nutre, as experiências profundas que preenchem a sua existência.

Porque quando a experiência material passar você não vai levar seus diplomas nem seu smart phone. Ninguém vai perguntar quantos bens estão em seu nome, nem sobre suas crenças. Não vai importar quantos carimbos têm no seu passaporte e muito menos se seu abdômen está 'rasgado' e quantas fotos fez usando seu pau-de-selfie. 



Enfim. Se forme se quiser e no que gosta, case-se se achar que vale a pena, tenha filhos se achar que é a escolha certa para sua vida, viaje para satisfazer sua alma e não para mostrar algo para alguém. Use como princípio em suas ações, calçar os sapatos do outro e assim você minimiza qualquer dano a outro ser.

É porque no mundo real ninguém liga se você é dono de uma multinacional ou se é para você que eu peço 200 gramas de queijo ralado no balcão. A única cobrança que deve fazer a si mesmo é realizar os desejos do seu coração e isso só é possível com autoconhecimento. Aquele, que não é obtido com consumo ou diplomas.

Conheça o que quiser conhecer, dance se (e onde) quiser dançar, ajude a todos que puder ajudar, seja presente se achar que deve ser, mas nunca deixe se perder de você. Pois temos acesso a tanta informação que se não tomamos cuidado acabamos esquecendo dos nossos desejos reais porque esquecemos de ser nós mesmos.

Afinal, não adianta nada acordar todo dia se você nunca despertar.

Fernanda S. G. Lopes (em busca do autoconhecimento)

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O Despertar da Intuição



Sem saber quem era, ela largou as rédeas e simplesmente se deixou levar por uns instantes; se reconheceu ali, ficou íntima de si.
Quando tomou as rédeas de novo sentiu-se presa na trama das tomadas de decisão.
Foi nesse momento então, que ela percebeu que a decisão primária estava ali: conduzir ou não?

Preenchida pela sensação de estar aprisionada, fez a escolha maior: soltou as rédeas.
Sentiu-se livre mais uma vez e decidiu que jamais pegaria as rédeas novamente e mesmo sabendo que elas estariam lá, confiou na sua própria natureza para ser guiada dali em diante.

Sua jornada foi incrível!

Fernanda S. G. Lopes

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Uma carta sobre o futuro

Vejam só o declínio da nossa civilização.


Nossos antepassados foram evoluindo, inventando e aperfeiçoando equipamentos e recursos. No século passado tivemos um grande boom no progresso e na tecnologia, derrubando barreiras físicas e hoje, no século XXI usufruímos de todo conforto e automação proporcionados por décadas de trabalho e esforço continuados.

Todo esse avanço trouxe consigo um problema que chamo de retrocesso social. Analiso a década de 90, quando todos conviviam de maneira pacífica e de forma geral preconceitos eram descartados. Me lembro que pouco se falava de racismo e sexismo. Homofobia e bullying eram palavras inexistentes.

Girl power, black power, gay power: tudo isso existia numa boa nos anos 90. Bandas só de garotas, artistas negros e boy bands dividiam a cena sem que nenhum roubasse a estrela do outro. Quando algum integrante de boy band saia do armário deixava algumas fãs apaixonadas desiludidas, mas não perdiam espaço e nem popularidade por causa disso. 

Na década de 90 todos tinham amigos de todos os tipos, a multiplicidade era o que fazia de um grupo de amigos um time completo e divertido. Religiões conviviam em harmonia e a tecnologia disponível deixava a vida mais prática, mas sem tirar a humanidade das pessoas.

Toda essa automação, todos esses recursos aos quais temos acesso no mundo contemporâneo vem nos esfriando como seres humanos. O consumo descontrolado nos transformou em robôs desprovidos de sentimentos. Somos mais apegados à posses materiais do que a outros seres vivos.

E quanto mais você produz, mais você consome e mais você pode ostentar. A geração da ostentação tem por objetivo aparentar algo que lhe é induzido pelo sistema. A tentativa é preencher o vazio com bens de consumo sem se importar com o quanto tenha que abrir mão dos valores éticos em favor dos valores monetários.




Quando uma civilização chega a este ponto de egoísmo (veja na história da ascensão e queda dos romanos), é o momento em que ela começa a decair.

É o que acredito estar acontecendo: na década de 90 estávamos no cume. Longe de ser uma civilização perfeita, foi o máximo alcançado por nós. Agora estamos indo ladeira abaixo, rumo ao nosso fim, cada um por si, nessa corrida louca com destino à satisfação pessoal que dará lugar a uma nova civilização, creio eu, melhorada.

Enquanto uma maioria expressiva cede a esses impulsos consumistas e individualistas, me agarro ao direito de não ir simplesmente 'escorrendo' morro abaixo.

Me reservo em meu casulo onde permaneço me nutrindo de valores que considero corretos e onde o amor e a paz de espírito são os maiores bens que um ser humano pode possuir. Sei que há outros como eu e não me sinto solitária. Somos crianças azuis assistindo ao desfecho e aguardando raiar no horizonte o Sol dessa nova era da qual participaremos e nos sentiremos integrados. Nem piores, nem melhores que ninguém; apenas pertencentes a outro contexto.





quarta-feira, 29 de julho de 2015

Aqueles textos sobre mulher...

Tem um bando de textos por aí tentando falar de como as mulheres são maravilhosas, mas acabam retratando um estereótipo machista e ultrapassado...

Um texto intitulado: 'Defeito de mulher' é um exemplo disso.


Eu não consigo enumerar a quantidade de referências sexistas contidas naquele texto.

Sei que com certeza foi escrito e é compartilhado na maior das boas intenções, mas tem cada comentário absurdo que me incomoda demais.

Homens e mulheres são diferentes sim. 

Como tudo na natureza é dualidade, a dualidade humana está no feminino e masculino, mas como no yng-yang, essa dualidade se mistura e nenhuma parte é melhor ou pior. São complementares.

No texto, o autor diz que a mulher 'funciona sob uma dieta rígida, tem colo para sei lá quantas crianças, se cura sozinha e trabalha 18 horas por dia'.


O que é isso? Uma escrava reprodutora?


Dieta todo ser humano deveria ter. Para manutenção da saúde e coisa e tal. Essa história de uma penca de crianças já era. Das mulheres que tem filhos hoje, nenhuma em sã consciência deseja ter um bando de crianças e muitas preferem optar por não ter filhos, ou optam pela adoção... 

Se curar sozinha? Os homens de hoje são colaborativos e dispensam cuidados sim às suas companheiras - ou pelo menos deveriam. Mulheres são muito conscientes da própria saúde e se cuidam fazendo seus exames periódicos. Somos criaturas responsáveis. E se há mulheres que trabalham 18 horas por dia devido à dupla ou tripla função, espero que elas sejam solteiras, pois se um companheiro não for capaz de ajudar a própria mulher no dia-a-dia, por favor...

Depois, mais uma sessão: 'as lágrimas que expressam as penas, o desencanto, a solidão, o sofrimento e o orgulho ferido'.


Como se mulher não tivesse atitude para lidar com a vida, não é? Como se não buscássemos nossos direitos, como se não fôssemos capazes de nada. Só sentar num cantinho e chorar comendo chocolate e sorvete. 


Mulher chora? Sim, mas corre atrás, busca justiça, dá até soco se precisar. Não queira provocar uma mulher. Temos sangue correndo nas veias...


Durante o texto ele (porque com certeza quem escreveu foi um homem) continua falando de estereótipos como: meiga, resignada, sorridente... E emenda numa sequência:


    " Sorriem quando querem gritar.
     Cantam quando desejam chorar.
     Choram quando felizes e riem quando nervosas."


E depois gastam com muita terapia, não é? Porque esse monte de repressão sentimental vai dar problema com certeza. Mulher faz o que tem vontade: grita, xinga, chora, briga. E se em algum momento controla algum sentimento é sempre por algum motivo maior.


O nonsense continua e o texto encerra com a seguinte frase:  

     "Pena que ela se esquece do quanto vale..."

Me desculpe, mas se o que foi descrito nesse texto é valor, essas pessoas que escreveram isso podem fazer o favor de me desvalorizar.


Vou continuar sendo independente, casada por amor e por escolha e nunca por obrigação e faço questão de sempre batalhar pelo que acho justo sem ficar calada.

Tenho meu emprego e os afazeres de casa cumpro junto com meu marido, uso furadeira, entendo muito de obra, amo estudar e me entupir de cultura, bebo, falo palavrão, jogo video game, ando emburrada na rua (nada disso de sorridente idiota) e não pretendo ter filhos. Não sou melhor nem pior que qualquer mulher porque sou indivíduo. O meu valor - e o valor de cada mulher -  está em ser autêntica, sem estereótipos e sem ficar à sombra de ninguém.

Porque acima do sexo sob o qual cada um nasceu, somos todos humanos. Viemos do mesmo lugar e voltaremos para o mesmo lugar.


segunda-feira, 27 de julho de 2015

Chega de ser uma parte do mar

Dando voltas e andando em círculos. 
Presa num labirinto que sempre me traz ao mesmo lugar.
Quem sou eu, e será que eu estou onde deveria estar?
Todo sonho que persigo acaba mudando na primeira esquina que viro.
Se sou imatura ou se corro perigo tentando agradar a alguém eu não sei.

Sou cilada na minha própria vida. Emboscada drenando meus próprios sonhos.
Um dia sou grande, no outro nem tenho tamanho.
Sou vilã da minha própria sorte. Perdida, julgo saber o que quero e desejo.
A única certeza da vida é a morte, que ao menos eu chegue até lá sem medo.

Cansei de ser água, aprisionada. Mudando de forma no lugar onde estou.
Cansei de ser água, perdida num mar. Ninguém sabe quem sou.

Derramar!
Vou evaporar, sentir a leveza do ar, o mais alto alcançar
Me juntar a outro elemento e em explosivo me transformar
Chega de ser uma parte do mar
Não quero ser uma parte do mar


Fernanda S.G. Lopes





quarta-feira, 22 de julho de 2015

Racionalizando a emoção

Quando fico triste, deixo a tristeza estar
Vou escorrendo pelas ruas feito chuva, mas sem molhar.

Depois então de transbordar, fico a volatilizar
Vou ascendendo e elevando feito ar, mas sem evaporar.




Quando fico alegre, deixo a alegria estar
Vou soprando pelas montanhas feito vento, mas sem bagunçar.

Depois então de me espalhar, fico a contemplar
Vou envolvendo e abraçando feito o Sol, mas sem queimar.



Sou ser completo, escolho em paz ficar
Meditativo, espero unificar
Com a natureza quero consubstanciar
Evoluir, evolucionar.







quarta-feira, 8 de julho de 2015

Poeira estelar



Acho poético pensar que somos poeira de estrelas.
É mais bonito fazer parte de algo brilhante e meio mágico do que ser criatura de carne: simples e finita.

Prefiro pensar na continuidade e no movimento constante de cada partícula.
Gosto de pensar no Grande Espírito como um Cientista Imaterial capaz de criar infinitas combinações e elementos diferentes em um instante. Um Alquimista em nível inalcançável que reúne em sua presença todo o conhecimento disponível e inimaginável. Além disso, Ele se mistura e envolve toda a criação como agente regulador de tudo e ainda assim deixando espaço para que cada parte decida, viva e experimente. Perfeito!

Me delicio ao constatar que pensamento é energia e energia é matéria.
Isso me deixa forte, confiante.
Porque se tudo fosse tão fugaz e tão frágil que graça teria em passar por aqui?
Qualquer obra que possamos deixar nesse pontinho azul no meio do infinito (Terra), por mais grandiosa que seja é nada comparada à ideia da imortalidade e da mudança constante.

A vontade e a insistência em evoluir é o que torna todas as coisas e seres igualmente importantes e interligados.
A coexistência nos faz iguais e especiais ao mesmo tempo, pois coexistir não é possível se faltar uma parte por menor que ela seja e não há sentido na coexistência se todos os elementos possuírem a mesma representatividade.

É com esse pensamento que ofereço esse texto: sem grandes pretensões, mas com o coração transbordando da química chamada amor.

Fernanda S. G. Lopes

terça-feira, 23 de junho de 2015

Querida vida adulta,

Oi minha linda, tudo bem?

Não aguento mais essa bad trip em que você me meteu.
Tá chato demais essa preocupação excessiva com tudo. É que eu não sou assim, sabe?

Eu sei que a maior parte das pessoas nem se liga quando essas coisas todas começam a acontecer, mas infelizmente eu sou mais lúcida com relação a tudo isso. Enquanto uma grande maioria vê essas transformações de maneira natural e nem percebe acontecer, para mim é uma loucura.

Você está me aborrecendo e apesar de eu ter que te aceitar, eu ainda tenho algumas alternativas para esquecer que tenho uma ligação com você. Posso alegar insanidade, entende?

Até porque não adianta nada toda essa 'neura' se quando a velhice chegar nada vai importar mesmo, pois depois dela vem o desligamento desse lado aqui e depois disso toda essa busca alucinada pelos padrões impostos não fará sentido nenhum.

Se quiser cobrar tanto mim, bela vida adulta, me ofereça também os benefícios que dizem que você traz: a tal estabilidade financeira, as viagens fodonas, realização profissional e etc...

Eu só quero aproveitar tudo o que essa vida proporciona: o aprendizado, a convivência, a contemplação da beleza, as experiências... 
Não tô afim de surtar, entende?
Cumprir minhas obrigações sim, sempre fui bastante responsável e tudo mais. Você sabe muito bem. Mas não invente de me obrigar a alcançar metas que eu não criei para a minha vida, pode ser?

Então, por favor, seja mais gentil comigo. Chega de me julgar, de tentar me entender, de buscar explicação, de me achar ridícula. Só me deixe estar e ser, ok? Assim poderemos nos dar bem.

Tudo o que quero dessa experiência é seguir em paz. Sempre.

Namastê

Exibindo Callanish Standing Stones, Isle of Lewis.jpg


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Nada como sentar e escrever um pouco




Exibindo kitten-book-mood-hd-wallpaper.jpg

Nada como deixar sair da mente tudo aquilo que está lá pronto para dar espaço às coisas 

novas.

Quando a rotina toma conta da vida e problemas consomem sua energia, é hora 

de parar e repensar. Um momento para reaprender que é você que manda nas suas 

emoções, que as rédeas da sua vida pertencem a ninguém mais que você.

Dor, problema, desespero, raiva. Todos os sentimentos ruins que chegarem a você 

devem ser esgotados na mesma hora. Não existe espaço em você para esse lixo.

Em você só há espaço para a harmonia, o equilíbrio, o bem estar, a conexão com o que é 

natural, bom, belo e puro. E tudo o que há de maravilhoso no mundo tende a crescer, se 

espalhar e tomar conta de cada espaço da sua alma. Depois disso, essa energia elevada 

começa a contaminar todas as pessoas ligadas a vocês.

Todo mal estar encontra-se intimamente ligado às pessoas de baixa vibração que se 

aproximam de você não pela afinidade, mas por ligações com o seu trabalho e outros 

círculos sociais onde não é possível ter contato apenas com aqueles com os quais 

sentimos afinidade.

No entanto, podemos sempre rejeitar essas emoções e aprender com essas pessoas a nos 

tornarmos mais fortes e menos influenciáveis por energias negativas.

Pessoas negativas com quem temos contato, nos ajudam a descobrir nossa força e a 

treinar nosso poder interior. Após conseguir vencer as influências de baixo astral de 

alguém assim, somos capazes de tudo. Sempre compreendendo que cada pessoa 

encontra-se no momento que lhe é necessário para o crescimento espiritual.

E é mantendo sempre a cabeça erguida e o coração no propósito da compaixão que 

conseguimos dar mais um passo adiante na nossa busca de nós mesmos.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Viver é contraditório


O 'se' esconde as possibilidades
O 'talvez' esconde as reais intenções
O 'quase' esconde o que poderia ter sido
O 'nada' esconde o que não foi visto
O 'tudo' esconde o desconhecido

As palavras são armadilhas que nos fazem contradizer:
quem somos, onde estamos e o que queremos ser?

O trocadilho do tempo só vem reafirmar
que tudo e todos ocupam um mesmo lugar

Para quem ficou confuso basta esquecer
e a confusão se dissipa com o Sol ao anoitecer


Transparente

Quanto tempo faz que me sinto assim?
O que sobra em você é o que faltou pra mim?
Essa dissimulação sempre foi muito ruim
Sou feita de sinceridade sim





terça-feira, 31 de março de 2015

Bem debaixo do nariz

Há muito tempo deixei de rezar. Não me leve a mal, mas se tenho minhas necessidades básicas atendidas não quero ficar perturbando uma energia grandiosa com pequenas dificuldades que faço questão de pintar como tragédias incríveis.

Porém, depois que parei de rezar, percebo em minha vida e nos acontecimentos que vão montando a trama que tece meus dias, que alguma força do bem sempre me sacode quando preciso de motivação. Diante de aflições e problemas da vida material sempre encontro a solução de maneira natural e no tempo exato.

Com isso, percebi que viver por si só já é uma eterna troca da nossa energia espiritual com o Grande Espírito. Gestos, pensamentos, suspiros inspiradores ao contemplar algo belo, a gratidão que sentimos em cada respiração, ouvir uma canção que motiva; tudo isso nos conecta e nos faz participar dessa energia que nos envolve.

Assim concluí que religiões não são necessárias - não para o religare -, mas que o Grande Espírito permanece conectado a nós por meios naturais. Só precisamos estar atentos e nos manter no caminho do bem para perceber.

Hoje, minha oração é contemplar a natureza, é ouvir o amigo que passa por alguma dificuldade, é cuidar de mim e de tudo e todos que eu puder. Quando atribulações me atingem, a prece se transforma em pranto e aflição, mas sempre socorrida no momento certo, faço da gratidão a minha reza favorita.

Portanto não pense que estou aqui para criticar o religioso, mas para alertar que a verdadeira conexão entre você e o sagrado não está nos templos, mas sim em seu próprio interior.

Namastê!




domingo, 8 de março de 2015

Dia da Mulher: para quê?


A data foi estabelecida diante das vidas perdidas em um massacre contra a força de trabalho feminina. No entanto, até os dias de hoje as trabalhadoras possuem salários inferiores e tratamento preconceituoso nos postos de trabalho por aí afora...

Aquele clichê de que dia da mulher é todo dia não está errado não. É porque o mesmo cara que entrega uma rosa para uma mulher hoje, é o que fala que saia curta é convite para estupro.
O mesmo homem que parabeniza com um discurso lindo hoje é aquele que vai dizer uma cantada suja para a moça que passa na frente dele no dia seguinte.
O mesmo que exalta as qualidades femininas hoje é aquele que vai dizer não para a filha que quer entrar na aula de artes marciais...
Estenda o sentimento de respeito que você tem hoje para todos os dias da sua existência.

Enfim. É esse preconceito velado e nojento que caracteriza a data de hoje. Declarações que relacionam a mulher com a pessoa responsável pelo cuidado no lar e dos filhos. Como pode ainda hoje ter algum homem no mundo que não saiba usar uma máquina de lavar, limpar uma casa ou dar banho em uma criança?

Enquanto repórter presenciei uma cena ridícula na nossa Câmara de Vereadores. Não darei nomes aos burros, mas uma piadinha machista surgiu no plenário.
Um dos vereadores fez uma declaração respeitosa e disse que passou o dia em corpo-a-corpo com as mulheres da cidade, ouvido-as e parabenizando-as pela data. Outro parlamentar achou interessante levar a afirmativa do colega a um duplo sentido pueril por conta da expressão "corpo-a-corpo".
Essa situação me fez pensar como podem imaginar que o fato de termos um dia dedicado às mulheres poderia ajudar a combater esse tipo de idiotice. Não ajuda, pois na própria data o desrespeito se mantém!

O que ajuda é cada um tomar conta das próprias atitudes. Cada um ser vigia da própria conduta. Pois se cada homem ao olhar para uma mulher deixasse o hábito de buscar atributos físicos e buscasse semelhanças, estaríamos então começando a construir o respeito merecido.

Portanto:
Cantada não eleva autoestima;
Lugar de mulher não é na cozinha (nem no tanque);
Mulher no volante não é perigo constante (seguro de carro é mais barato para motoristas do sexo feminino);
Loiras não são burras;
Mulheres podem ter a profissão que quiserem;
Não somos obrigadas a sermos mães só porque temos útero;
Mulheres podem ter a opção sexual que melhor lhes cabe;
Podemos ser ótimas em exatas;
Temos a escolha de praticar o esporte que quisermos;
Mulheres podem ser boas em qualquer coisa que quiserem e se dedicarem!

Peço aos homens respeitem as mulheres e às mulheres que respeitem a si mesmas, mas não por hoje. Façam isso pelo resto de suas existências. E que o mundo celebre não só a busca por igualdade, mas as energias complementares entre feminino e masculino encontrando equilíbrio e respeito. 

(Vox)

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Tédio: NÃO

E se o tédio consumisse um lugar, o olhar e o mar?
Que seria de tudo o que você deixou passar?


O mundo então assim desmoronaria inteiro

E tudo ao seu redor se tornaria pesadelo


O tédio é tosco e tenso - torra a vida

Remédio está em volta, envolvida


Se tudo o que tocar com a pele amorna

A vida e tudo em volta se transforma


Entorpecida a mente, o tédio escorre

Alterada a química, criatividade corre


Ajuste bem o foco, espinha ereta

Invente o seu mundo, mente aberta