segunda-feira, 27 de julho de 2015

Chega de ser uma parte do mar

Dando voltas e andando em círculos. 
Presa num labirinto que sempre me traz ao mesmo lugar.
Quem sou eu, e será que eu estou onde deveria estar?
Todo sonho que persigo acaba mudando na primeira esquina que viro.
Se sou imatura ou se corro perigo tentando agradar a alguém eu não sei.

Sou cilada na minha própria vida. Emboscada drenando meus próprios sonhos.
Um dia sou grande, no outro nem tenho tamanho.
Sou vilã da minha própria sorte. Perdida, julgo saber o que quero e desejo.
A única certeza da vida é a morte, que ao menos eu chegue até lá sem medo.

Cansei de ser água, aprisionada. Mudando de forma no lugar onde estou.
Cansei de ser água, perdida num mar. Ninguém sabe quem sou.

Derramar!
Vou evaporar, sentir a leveza do ar, o mais alto alcançar
Me juntar a outro elemento e em explosivo me transformar
Chega de ser uma parte do mar
Não quero ser uma parte do mar


Fernanda S.G. Lopes





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