segunda-feira, 4 de abril de 2016

Prisão profissional (temporária, mas quase fatal)

Estou muda
De pensamentos, de ideias de sentir
De vocabulários, de momentos, de agir

Estou imóvel, estagnada
Cheia de limo como água parada
Asas atrofiadas

A poda diária e eu confinada
Cercada de paredes sem cor
Perdi o paladar, nada aqui tem sabor

Quando vou me libertar?
O que mais posso esperar?
Ou é melhor deixar pra lá para não me decepcionar?

E toda vez que essa incerteza bate
Eu desperto e bebo da minha consciência:
- O dissabor é só carência

Carência do grito que quer sair do peito
Alto, esgoelado, com eco e direito
Pois o que me move é mais forte que eu

E então gritar: ainda sou eu!
Sou presença, atitude,voz
Sou ação, sou capaz, veloz

Nada pode me parar:
O mundo é meu se eu posso falar
Não importa que linguagem eu vou usar

Vox
(ressurge renovada: outro nome, outra cara, multiartes)






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